17.4.13

Prosa menina


Prosa menina a que se deixa acontecer enquanto meu peito treme de amor.

Amor que desconhece as coisas dos Homens, amor em inocente tom, maior de ser e de se crescer em Primavera. As almas gentis partem para num regresso em entusiasmo e alegria marcarem seus passos.
Cheia, a casa em gente e carinho. Amor! Desculpe-se meu ser desabituado deste sentido do viver. 

E nos corredores onde tudo se perde para se encontrar ele passeia. Serpenteia no meu olhar, acolhe-se e deixa meus bravos ombros descansarem em outros mais novos. 

Aqui, neste luar, neste lugar.



9.12.12

IV



@ Ana


Não sei se é o espaço.
Não sei é agora e silêncio que vivem no espaço mais do que nada.
Não sei se é o nada abandonado, livre para ser tudo, na memória do espaço.

Não sei se são os que restam, numa longa nota ao piano, a diluírem as paredes entre si.
Não sei se é o fogo, já sem palavras, ainda a viver.
Não sei se é a luz no chão de madeira.
Não sei se são os pés cansados da rotina do ritmo do dia.
Não sei se é o vazio que apaga a casa e a deixa soluçar em descanso.

Não sei se é o homem e a sua barba atormentada.

Sei ser o canto do lugar.

7.12.12

III


@ Ana


Não sei se é o corpo.
Não sei se é o que não é ar e se deixa tocar para falar de ausência.
Não sei se são os dedos enrugados em frio a desejarem consolo.
Não sei se é a boca, muda de amor, a inventar companhia.
Não sei se é o ventre, desconhecido de auroras, estrangeiro e perdido na viagem oferecida.
Não sei se é a fronteira, espelho e plural de tudo o que é vivo.

Não sei se é a forma.
Não sei se é o momento em que findam as diferenças e só resta movimento.
Não sei se é a ânsia de pertencer.

Não sei se é a carne, conjugada como minha.

Se sei, não vive.

6.12.12

II


@ Ana


Não sei se é o vento.
Não sei se são os passos que sigo na noite para a direcção que aparenta ser igual.
O vento que percorre os pés e serpenteia até ao norte do corpo, já cem passos, ora meus ora teus.
Não sei se é o horizonte que dividiu a matéria e de-terminou o eu e o outro.
Não sei se o vento e os passos se encontram.
Não sei se um é um e o outro é o outro.
Não sei se é tudo o mesmo.
Não sei se o mesmo é nada.

Sei que o vento e os passos voam.
Só isso sei.

3.11.12

Autumn dream



@Ana



Once in the woods bones were leaves of all colors.
As they floated in the ground, wet and clean, the sunset was fulfilled by their presence.
Voices of light traveled through the branches. The loneliness of the fields became a distant memory. Birds increase even more their dance, as they were moved by such gentle souls.

A smile of life they share.

And as they went away the woods embrace night in an Autumn dream.

Seguidores