@Ana
Abri as cortinas do dia e reparei nas últimas gotas da tarde. Presas à janela divertiam-se no esplendor do Inverno. A valsa continua pela rua, água que desce e se depara com novo tapete verde, pedra que descai de seu assento e se acomoda outra vez, homem que anda e reclama ao vento.
Do outro lado do vidro junto a mão às gotas. Reconheço o frio a chegar à pele, a aproximar-me do abrigo exterior. Depois da estrada, do muro, do portão, lá estão elas.
Árvores de vida longa.
Flores nuas que me viram nascer.
Folhas que vão quando eu vou e aplaudem quando chego.
No dia do adeus cantem... Cantem ao entardecer o amor da menina pelas árvores, os bichos e a terra.