7.1.11

Gotas


@Ana


Abri as cortinas do dia e reparei nas últimas gotas da tarde. Presas à janela divertiam-se no esplendor do Inverno. A valsa continua pela rua, água que desce e se depara com novo tapete verde, pedra que descai de seu assento e se acomoda outra vez, homem que anda e reclama ao vento.

Do outro lado do vidro junto a mão às gotas. Reconheço o frio a chegar à pele, a aproximar-me do abrigo exterior. Depois da estrada, do muro, do portão, lá estão elas.

Árvores de vida longa.
Flores nuas que me viram nascer. 
Folhas que vão quando eu vou e aplaudem quando chego.


No dia do adeus cantem... Cantem ao entardecer o amor da menina pelas árvores, os bichos e a terra.
  

1 comentário:

Filipa disse...

Ai LIquinhas estes textos cada vez estão melhores! Pelo menos já percebo mais qq coisa! ;p Cá te espero! Beijo grande com saudades! :)

Seguidores