21.6.10

As estórias do Mestre

@Ana


Se olhares para as minhas mãos verás imperfeições.
As linhas ásperas rodeiam a carne, submissa às ordens do tempo.
Agora viajam mais devagar os dedos pelo graminho. O martelo é mais leve, são penas o que cravo na madeira. Reconheço os sinais deixados na face da mão por aquela lixa que tanto usei. 
E as unhas? Oh!... Fim da luta onde nascia o feitio dos balaústres. Coitadas, em sacrifício, geladas, cediam ao capricho das máquinas. 

Tenho rugas. Sim.

Uma destas noites sentamo-nos, enquanto o lume viver, e contar-te-ei as minhas histórias.     
  

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