2.6.10

A estreia



@Ana


A manhã chega sem convite e entra. 
No murmúrio das estrelas declara-se a sua estreia.
A noite senta-se ao seu colo enternecida de paixão.
Amanhã será outra manhã imergente do escuro e da cor.
O esboço de uma lágrima de luz principiou a viagem.
Sem idioma ou razão, ela escreve.
Derrama o mundo que traz dentro de si em palavras, na quente tortura de um lápis.
Irá repetir-se, voar e desfalecer. Será fome e sede nas linhas onde caminha.
Afastam-se os lençóis, levanta-se a canção, a menina mulher é árvore.

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