29.11.10

Perfil


@Ana


A ansiedade não morre nos pingos de água que descem pela janela e o Inverno insiste em pernoitar dentro de mim. Lá fora, na pele, visto um sorriso e disfarço como a monotonia me adormece a vontade. Afinal há tanto aqui ao lado. Os gatos nos beirais, corpo arrimado à chaminé, o sono a chegar. A velhinha que arrasta a força e os tachos pela cozinha. O campo que não esmorece, sonata da vida em silêncio. 

Reparo que nascem raios de luz... Pequenos pontos indicando cor na medula dos meus sonhos.
Poderia sentar-me na sombra da paciência, esperar como quem vê o dia do início ao fim, uma e outra vez, um e outro dia. Saberia assim que cor tem a cor. Saberia desenhar a madrugada e a ternura nos telhados.

1 comentário:

Margarida Alonso disse...

:) Muito bom
:)

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