19.10.10

Indagar

@Ana



Onde está a nossa consciência?
Seremos um perpétuo instante dormente?

Cada passo que dou, atenuado nas sucessivas camadas terrestres, impele-me a continuar a apatia.
E se fosse a carne nua a firmar-se na terra molhada de Outono, entre folhas e ramos, na transparente velhice da natureza? Sentir-me-ia então mais ser vivo? Mais bicho, como outros bichos que gatinham, caçam e procriam? Seria atento ao ar que mergulha no meu peito e à água que limpa a minha pele? Saberia estender a mão para além de mim?

Conforto.
Consumo.
Poder.

Será no meu umbigo o leito do mundo?

Quem sou eu no encontro com o outro?
Quem sou eu na paragem do autocarro à espera de boleia?

Rio que é corrente, jamais indiferente, utópico contente...
Vamos olhar em frente?

Sem comentários:

Seguidores